
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou veementemente a tentativa de minimizar os atos de 8 de janeiro de 2023, afirmando que não representaram um "domingo no parque". A declaração foi feita durante o julgamento da ação penal da trama golpista, que tem como réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
Moraes argumentou que não é possível dissociar os ataques de Bolsonaro e seus aliados à democracia, que começaram em 2021, dos eventos de 8 de janeiro.
"Não foi um domingo no parque, não foi um passeio na Disney. Foi uma tentativa de golpe de Estado. Não foi combustão espontânea. Não eram baderneiros descoordenados", enfatizou Moraes.
O ministro reiterou que Bolsonaro atuou como líder da organização golpista, exibindo um vídeo de um discurso do ex-presidente contra o STF para corroborar sua afirmação.
"Quem sempre foi, além de líder, um ponta de lança desse discurso populista, que caracteriza as novas ditaduras no mundo todo, foi Jair Messias Bolsonaro, para desacreditar o Poder Judiciário", completou.
As declarações de Moraes contrastam com o voto do ministro Luiz Fux, que absolveu Bolsonaro e mais cinco aliados, condenando apenas Mauro Cid e o general Braga Netto. Fux argumentou que Bolsonaro apenas cogitou medidas e que a cogitação não é suficiente para punir o ex-presidente.
Moraes rebateu essa visão, classificando os atos de 8 de janeiro como uma tentativa de golpe de Estado orquestrada e liderada por Bolsonaro.